Coluna | Cidadania Reativa
Willes Silva Geaquinto
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

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Falta política!
16/09/2009
Algo hoje evidente em Varginha é a falta de um projeto político-administratico para a cidade. Se na primeira eleição em que o Partido dos Trabalhadores saiu vitorioso, existia o esboço de um projeto político-administrativo para a cidade, fruto do acúmulo das discussões partidárias, praticamente desde a sua fundação, e do engajamento político-ideológico de acordo com a história vivenciada pela atuação dos membros da sua base nos mais diversos setores populares organizados do município. Pode-se dizer que, com o passar do tempo, em função da perca de seu referencial histórico e do norte ideológico, esse projeto foi, aos poucos, sendo abandonado. No poder o PT foi se distanciando de suas bases populares e das discussões programáticas, para dar lugar a uma despolitização generalizada promovida pelo abandono e desconhecimento das teses e posições historicamente defendidas pelo partido contra o conservadorismo oligárquico e outras correntes politicamente elitistas, pelo personalismo instituído em detrimento do coletivo, pelo despreparo político em conviver com a diversidade de opinião e a crítica partidária – elementos que sempre foram essenciais para a garantia da democracia interna e do fortalecimento das instancias partidárias –, pela abertura partidária para afiliações e alianças sem critérios ideológicos e políticos, levados a efeito apenas sob a ótica eleitoral e da manutenção do poder a qualquer custo, etc.

Então, nesse vácuo, nada de novo apareceu em termos de projeto político ou de definição objetiva de políticas públicas. Há muito tempo não se discute política com profundidade e de maneira conseqüente em Varginha; o achismo e interesses menores têm norteado as ações ditas políticas em nossa aldeia. As duas últimas eleições deram mostras significativas desse empobrecimento, já que o debate político propriamente dito inexistiu. A bem da verdade nem debate eleitoral aconteceu, devido principalmente à ausência quase total de novas propostas realistas e factíveis. Não debito somente a um partido essa ausência de debate ou discussão política, pois, creio que ela se deve ao fato de que há quase duas décadas tem havido um empobrecimento de lideranças políticas com qualificação e conteúdo para enriquecer o debate político com vistas a pactuação de um projeto político que eleve nosso município a um novo patamar de progresso. Sobre tudo, um projeto baseado em políticas públicas fundamentadas na sustentabilidade, no reordenamento do desenvolvimento sócio-econômico e na primazia pela qualidade de vida dos cidadãos.

O interessante é que, se falta política o que não falta é partido político. Boa parte deles criados com interesse puramente eleitoral, seja para abrigar personalismos ou servir de aluguel em tempos de eleição. Atualmente em Varginha devem existir aproximadamente 20 partidos, boa parte constituídos de comissões provisórias e que de políticos só possuem o nome, uma vez que não participam ativamente do processo político da cidade, não têm posição definida sobre os temas importantes de interesse do município e quando possuem membros eleitos não estabelecem diretrizes para atuação dos mesmos, deixando-os livres para agir do modo que bem entendem. Aliás, a prova desta afirmativa está em que alguns desses partidos funcionam obedecendo a “caciques” alojados em outros partidos com mandatos ou cargos públicos principalmente na Assembléia Legislativa e no governo estadual, de onde provêm os recursos para manutenção de seus currais eleitorais que, em pleno século 21, emolduram nosso atraso político.

Enfim, o teor principal deste breve texto é chamar a atenção para a necessidade premente de se romper com o imobilismo político e com improvisações extemporâneas, estabelecendo um debate amplo, qualificado, racional e responsável, com vistas a pensar e definir políticas públicas de curto, médio e longo prazo. Levando-se em consideração setores como educação, saúde, meio ambiente, desenvolvimento urbano e rural, segurança pública, esportes, lazer, turismo, cultura e assistência e promoção social. Varginha não pode viver um eterno vir a ser e nem pode acomodar-se naquilo que poderia ter sido, pois, se isso acontecer, a responsabilidade é de todos que se dizem amantes da nossa cidade.

Volto ao assunto em breve...

Em tempo:

.: Quando falo discussão política, trata-se de discutir projetos e diretrizes que contemplem o desenvolvimento qualitativo do município e não apenas criticar posturas pessoais...

.: A crise financeira não deve servir de muleta para amparar a falta de visão administrativa ou incompetências...

.: Confundir cultura com show de música sertaneja na praça é ter visão estreita sobre o universo cultural da cidade. Aliás, seria mais adequado e lógico se a cultura estivesse vinculada à secretaria de educação. A cultura deve servir à educação, e a educação ao desenvolvimento cultural dos cidadãos...

.: O cabedal jurídico-administrativo sobre o meio ambiente, em todos os níveis de governo, é suficiente para amparar ações competentes de preservação ambiental, falta planejamento, instrumentalização, qualificação de funcionários, vontade política e trabalho para fazer o que tem que ser feito. Urge erradicar o analfabetismo ambiental presente não só no poder público, mas, também, na sociedade em geral...

.: De cada cinco requerimentos na Câmara Municipal, três ou mais tratam de operação tapa-buracos, a Secretaria de Obras precisa de um “choque de gestão”. A chuva já passou e já vem de volta...

.:Cidadania é... Cuidar bem da cidade que habitamos!

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