Coluna | BRASILzão
Diego Gazola / Fábio Brito
Diego Gazola,(MTB-SP-44.350), é repórter-fotográfico.Graduado em Comunicação Social pela UMESP-SP, tem se especializado em fotojornalismo de viagens. Em cinco anos, já percorreu mais de um mil municípios em todo o Brasil para avaliação dos atrativos e documentação fotográfica dos Guias Turístico-Culturais da editora Empresa das Artes.As fotografias de Brasilzão são de sua autoria.
diegogazola@uol.com.br

Fábio Brito. Presidente da Empresa das Artes, editora com mais de 160 obras publicadas nos segmentos de turismo, meio-ambiente e cultura; de guias de viagem a livros de arte. Os textos de Brasilzão são de sua autoria.
fabiobritocritica@yahoo.com.br
Salvador e os Guardiões do Pelourinho
04/11/2008


Alimento para todos em Salvador: um sonho possível?

- Às vezes fico imaginando o quanto sua vida é dinâmica. Viaja sem parar, conhece novas pessoas, visita lugares inusitados e pouco a pouco vai desvendando os mistérios de nosso país. Você tem amigos?


O patrimônio arquitetônico-cultural desconhecido dos próprios baianos

- Tenho, inúmeros. Por quê?

- Porque acredito que seja quase que impossível dar continuidade aos relacionamentos distantes, encontros fortuitos, em momentos raros, pois você está sempre ausente nessa dinâmica frenética de viajens incessantes.

- Dinâmica frenética? Engano seu. Por onde passo levo saudades, recordações, sonhos e desejos de novas realizações. Em Salvador, por exemplo...

- Vários foram os seus projetos para a capital baiana. Cito alguns: o guia turístico e cultural de Salvador, a ação “Guardiões do Pelourinho”, a divulgação da Santa Casa de Misericórdia... Eram, pelo que realizo, idéias, apenas idéias sem continuidade ou concretização, estou correto?


Falar de amor em Itapuã...

Forte de São Marcelo

- Não, não está. Adoro Salvador. Sinto-me feliz – e às vezes frustrado e triste – quando percorro as ruas tortuosas do Pelourinho e constato que tudo é muito difícil lá por cima, no nosso querido Nordeste. Mesmo assim, tenho boas novidades.

- Ah, que bom. Já o vi criticar o Carnaval de Salvador, reclamar do desdém que os soteropolitanos têm para com o seu patrimônio histórico, denunciar o mau gosto das edificações modernas dos bairros periféricos e sem expressão arquitetônica. Criticar o aspecto visual da orla marítima; enfim, que notícias positivas você tem para nós?

- Ontem, no final do dia, ao conversar com um Diretor da Bahiatursa – orgão estadual responsável pela divulgação e incremento do turismo em todo o Estado – soube que finalmente, ações concretas vão ser tomadas para amenizar, direcionar e melhorar a vida dos meninos de rua que permanecem sem rumo naquele local espetacular que, por ordem de Dom João III, Rei de Portugal, tornou-se uma cidade - fortaleza denominada São Salvador.


Elevador Lacerda

A religiosidade na Bahia

- Adoraria ter o poder de entrar no túnel do tempo e assim assistir à chegada da caravela que trazia o primeiro Governador Geral do Brasil – Tomé de Souza - em 1549.  Certamente a Baía de Todos os Santos era um local idílico, natureza virgem, águas límpas e praias imaculadas. Do Porto da Barra iniciou a história dessa imponente, gloriosa, bela e maltratada capital brasileira... Naqueles tempos, se encontrava nas redondesas o Arraial do Pereira: pequeno núcleo urbano em pleno território Tupinambá, a nação indígena daquelas terras.

- Acorda sô!!! Volte ao presente. Falemos dos Guardiões do Pelourinho. Qual é a sua idéia?

- A minha idéia é simples embora complexa. Cerca de 30 meninos vivem soltos pelas ruelas do centro histórico. São boas pessoas, seres ágeis, inteligentes e inoportunos. Têm como único meio de sobrevivência a mendicância, o roubo, o assédio inadequado aos turistas e passantes. Sempre acreditei que, com boa vontade e através de uma ação verdadeiramente humanitária, o problema seria resolvido ao contar com essas crianças para acolher dignamente os visitantes, recepcioná-los, em uma oportunidade de serem úteis à comunidade e, finalmente, estarem inseridos de maneira real no quotidiano cívico do bairro.


Farol da Barra, testemunho da história baiana

A influência africana nos ritos

- Compreendo. Mas onde está a dificuldade? Por que você não leva adiante pra valer essa idéia? Isso não é somente um projeto. A meu ver é uma missão, uma obrigação!

- Pois é meu amigo. Voltando a citar a minha mencionada conversa com Paulo Guaranys, ressalto que, finalmente, as autoridades locais deram ouvidos aos gritos de alarme e ecos para levar adiante a possibilidade de oferecer, devolver, e propiciar dignidade e orgulho a esses meninos e meninas de rua.


Festividade religiosa – o sincretismo

Tradição e negritude

- Lembra-se daquele pequeno engraxate que relatou sua experiência de fuga de Aracajú para Salvador, dentro da boléia de um caminhão? –“Moço, eu sou um homem sofrido. Tenho só 9 anos, deixei o meu passado lá no Sergipe e sonho seguir para São Paulo onde poderei ficar rico...”


Manifestações folclóricas em Salvador

Lazer no quotidiano dos soteropolitanos

-É triste, não é mesmo? O amadurecimento precoce dessa criança, vítima de uma sociedade injusta, ignorante, arrogante e omissa nos faz encontrar uma leva de desajustados por todo o país. Por isso fiquei muito feliz com a notícia de que no próximo dia 31 de outubro, poderemos enfim, dar continuidade à concretização desta possibilidade real de contribuir para o bem estar dos futuros Guardiões do Pelourinho.

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