Um documento da Secretaria Municipal de Educação de Pouso Alegre, divulgado na última terça-feira (15), causou indignação entre pais e educadores da rede municipal. A orientação determina que as escolas evitem "atividades que façam referência direta a elementos próprios da fé cristã" durante as celebrações da Páscoa.
A medida, que proíbe menções à crucificação, ressurreição e celebrações litúrgicas, gerou grande repercussão nas redes sociais, com muitos cristãos expressando descontentamento e considerando a orientação como uma afronta aos princípios religiosos.
A Secretaria de Educação justifica a decisão com base na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelecem o caráter laico do Estado e da escola pública. O documento sugere priorizar "valores universais" como partilha, solidariedade e respeito, utilizando símbolos lúdicos como o coelho e os ovos, desvinculados de conotações religiosas.
No entanto, a orientação foi recebida com forte reação por parte de pais e educadores que consideram a Páscoa uma celebração intrinsecamente ligada à fé cristã. Nas redes sociais, muitos expressaram a opinião de que a medida descaracteriza o significado da data, vista como uma das mais importantes do calendário cristão.
Apesar da polêmica, a Secretaria de Educação reforça que a orientação visa garantir uma "educação inclusiva, ética e cidadã", respeitando a diversidade cultural e religiosa da comunidade escolar. O documento, assinado pelo núcleo pedagógico da Secretaria, busca promover um ambiente de respeito e tolerância, onde todas as crenças sejam consideradas.
A orientação, que já está em vigor, gerou um debate acalorado sobre os limites da laicidade na educação pública e o respeito às diferentes manifestações religiosas.