Na madrugada desta terça-feira (08/04), a cidade de Guaxupé, no Sul de Minas, foi palco de uma ação criminosa que deixou os moradores em estado de apreensão. Uma agência da Caixa Econômica Federal foi alvo de explosões, enquanto a sede da Polícia Militar (PM) era atacada a tiros por integrantes da mesma quadrilha.
Vídeos que circulam nas redes sociais registraram o momento do ataque. Segundo informações da Polícia Militar, os suspeitos chegaram ao local em pelo menos cinco veículos e cercaram a área do banco. As imagens mostram indivíduos portando armamento pesado e efetuando disparos para o alto, além de explosões. Moradores relataram momentos de pânico devido ao intenso barulho dos tiros.
De acordo com a PM, os criminosos utilizaram explosivos para invadir a agência bancária, localizada na Avenida Doutor João Carlos, no centro da cidade, por volta de 1h45. Simultaneamente, outros suspeitos atacaram o quartel da Polícia Militar e a base da Guarda Municipal de Guaxupé. Um policial militar ficou ferido na mão devido a estilhaços de vidro da entrada da sede. As paredes do local também foram danificadas pelos disparos.
Até o momento, não há informações sobre o valor roubado da agência. No entanto, a Prefeitura de Guaxupé informou que houve apenas a tentativa de levar o cofre. A perícia da Polícia Federal está sendo aguardada no local para investigação.
A Polícia Militar iniciou uma operação de busca pelos envolvidos no crime, com a participação de equipes da 18ª Região de Polícia Militar, do Comando de Missões Especiais (BOPE) e do Comando de Aviação do Estado. Dois veículos suspeitos foram encontrados na área rural do município, em uma estrada vicinal. Um dos veículos estava tombado e o outro atravessado na vegetação às margens da pista. A polícia suspeita que os veículos tenham sido utilizados nos ataques.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a Polícia Civil foram contatadas para fornecer mais informações sobre o caso.
Ação do "Novo Cangaço"
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, classificou o ataque como parte do "Novo Cangaço", um tipo de crime que, segundo ele, tem diminuído no estado. "Nós temos reduzido gravemente esse tipo de ataque em Minas Gerais. Saímos de números que superavam 150 ataques por ano em 2018 para apenas quatro ocorrências no ano passado (2024). Nesse ano, essa é a primeira ocorrência", afirmou Simões.
O vice-governador ressaltou que a frequência de ações com a gravidade do ataque registrado nesta madrugada é ainda menor. "Há quase dois anos que nós não tínhamos nenhuma ocorrência no estado, mas temos a sorte de não termos nenhuma vítima mais grave nesse atentado", completou.
A ação criminosa em Guaxupé gerou grande repercussão e preocupação na região do Sul de Minas. As autoridades seguem em busca dos responsáveis pelo ataque, com o objetivo de garantir a segurança da população.
