Uma lasquinha aqui, um farelo ali, um bombom ou ovo de páscoa inteiro... Será que faz mal ao pet?
A páscoa está chegando e, com ela, vem a época de chocolate em abundância, mas além do chocolate, os casos de intoxicações também ficam cada vez mais frequentes devido à facilidade do contato dos pets com o alimento.
De acordo com a médica veterinária Thassiane Luciana Ferreira, o chocolate possui grande quantidade de metilxantinas, em particular a teobromina, substância altamente tóxica aos animais de estimação, principalmente em cães.
“O cacau – matéria prima do chocolate – e seus derivados, como a manteiga de cacau, são altamente tóxicos por possuírem a teobromina, substância que que provoca uma grande estimulação cerebral e intensa estimulação cardíaca. Sendo assim, qualquer alimento que possa conter cacau, é melhor evitar. Desde achocolatados e cacau em pó, até Nutella, brigadeiros, pastas de amendoim, bombons, balas, barras e etc”, explicou a veterinária.
Ainda de acordo Thassiane, o metabolismo dos animais domésticos, se comparado com o metabolismo humano, é extremamente lento para a digestão desta substância, o que leva a sua permanência e constante estímulo no organismo, fazendo com que o chocolate seja um alimento intoxicante, levando ao quadro de intoxicação alimentar dos bichinhos.
Pensando assim, a sensibilidade se torna individual de cada pet, não sendo possível estipular a quantidade e a concentração de chocolate consumido para que possa levar a esse quadro. Assim, não fornecê-lo é a melhor prevenção.
Mas e o chocolate branco?
A especialista ainda explica que, apesar da composição dos chocolates brancos ou chocolates ao leite possuir menor quantidade de teobromina, também não devem ser fornecidos aos animais, uma vez que o risco de intoxicação ainda existe devido à individualidade e sensibilidade de cada animal.
Além disso, a ingestão destes podem levar à intoxicação causada pelas demais substâncias presentes nestes alimentos, como cafeína, açúcar, adoçantes, sem contar os altos índices de gordura, que podem ser um risco potencial para outros problemas.
Quanto mais escuro for o chocolate, maior a concentração de teobromina. Se fossemos colocar em uma escala, ela ficaria assim:
Cacau em pó, seguido de chocolate amargo, chocolate meio amargo, chocolate ao leite e chocolate branco.
Sinais de intoxicação
Os principais sinais de uma possível intoxicação por chocolate são: diarreia líquida, vômito intenso, prostração ou hiperatividade, anorexia (perda de apetite) e desidratação.
Esses sintomas podem aparecer dentro das primeiras horas após o consumo, ou podem levar até 12 horas para aparecer. No entanto, a teobromina pode permanecer no organismo do animal por até 24 horas.
Ainda de acordo com Thassiane, alguns sinais clínicos que podem aparecer e não serem reconhecidos pelo responsável, apenas pelo médico veterinário, como desidratação, arritmias cardíacas, hemorragias internas, hipertensão arterial, taquipnéia e taquicardia, convulsões, cianose, coma e até óbito.
Meu pet comeu chocolate, o que fazer?
Com toda essa evolução rápida, o melhor a se fazer, de acordo com a veterinária, é correr para um atendimento médico veterinário emergencial e relatar as possibilidades de intoxicações.
“Sempre relate ao profissional sobre possíveis compostos que o animal pode ter tido contato, seja o chocolate, cebola, alho, adoçantes como o xilitol, bebidas alcoólicas, drogas e até mesmo frutas e verduras que o animal ingeriu. Cada organismo é único e responde de uma forma individual. Essas informações podem salvar seu bichinho”, finalizou Thassiane.
Se seu animalzinho mostrar interesse no seu doce, principalmente chocolate, tente oferecer algum petisco ou até frutas, para que ele tire o foco do que o pode fazer mal. Lembrando que todas as frutas e legumes a serem oferecidos, devem estar sem as sementes, caules e folhas.
Ainda de acordo com a médica veterinária, os casos de intoxicação mais atendidos nas clínicas são: por venenos, plantas tóxicas e alimentos que são comuns ao homem, mas que são tóxicos aos animais.
Thassiane Luciana Ferreira. Médica Veterinária Pós Graduanda em Clínica e Cirurgia de Pequenos animais.
