Atualizado em 28/12/2022 – 21h35
Na última sexta-feira (23), um caso de homofobia foi registrado em um bar de Varginha. Segundo uma das vítimas, ele estava com seu namorado e mais dois amigos no bar conhecido como Pub da Mãe. Ele relata que em um certo momento beijou e abraçou o seu namorado, quando proprietária do local teria ido até eles e jogado um copo de água em suas costas.
Ainda segundo a vítima, ao questionar a mulher sobre o porquê de ter jogado água neles, ela respondeu que no lugar não poderia fazer “esse tipo de coisa”. Porém, segundo o casal, em nenhum momento eles foram informados que isso seria proibido e não havia nenhum cartaz no local sobre a proibição.
A Polícia Militar foi acionada e um boletim de ocorrência foi registrado. O caso ganhou grande repercussão após a postagem da vítima no Twitter. Após o relato na internet, outros relatos sobre casos de homofobia e até racismo no local surgiram.
De acordo com a Polícia Militar, a proprietária do local contou que no bar é proibido qualquer manifestação de cunho sexual, religioso e político, com vários cartazes alertando sobre isto, que valem para todos. E que ao tentar alertá-los, estava com o suporte de garrafa de cerveja, e algumas gotas acabaram caindo nas vítimas.
O casal contou veio visitar a família na cidade e contestou a versão apresentada pela proprietária do bar. "Então o que ela iria fazer com esse suporte de cerveja? Jogar na gente? Ainda tem vídeos dela aos gritos pedindo pra gente sair e dizendo que não aceitava esse tipo de coisa lá", contou uma das vítimas.
Além disso, a vítima ainda contou que está com medo devido à grande repercussão do caso. "Nós estamos com bastante medo. Devido à proporção que tomou e as atitudes que eles tiveram. Ficamos bem chateados com a situação, por ser em Varginha e nunca termos passado por isso na cidade, e também por vários relatos que surgiram depois, e isso entristece", disse.
Após a publicação da matéria, a proprietária do estabelecimento, entrou em contato com o Varginha Online para dar a sua versão dos fatos.
A proprietária, de 60 anos, nega a acusação de homofobia e afirma que não jogou água no casal. Ela nega ainda qualquer tipo de ofensa ou atos de racismo dentro do seu estabelecimento.
Ela relata que o casal chegou ao estabelecimento após a meia noite, quando já havia encerrado o karaokê e que insistiram para cantar, mas foram orientados a irem em outro horário. Ela conta ainda que quando o casal começou a se beijar, foi falar com eles. Neste momento ela estava com um copo vazio nas mãos que havia bebido água. No momento em que sinalizava para o casal, um dos envolvidos teria a acusado de ter jogado água e de estar comentendo homofobia.
A proprietária conta que quando a polícia chegou os ânimos se exaltaram, mas nega que tenha ocorrido o crime de homofobia. “Não houve homofobia, não sou homofóbica, não é isso, eles fizeram a versão deles. Meus clientes são como família pra mim”, diz a proprietária.