Um levantamento inédito da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista científica Nature Scientific Report, mostra que 12% dos brasileiros adultos se declaram como assexuais, lésbicas, gays, bissexuais e transgênero (ALGBT).
O levantamento foi realizado a partir de uma amostra representativa da população brasileira, onde foram entrevistadas 6 mil pessoas, em 129 cidades, nas cinco regiões do Brasil. Os questionários foram aplicados pelo Instituto Datafolha entre novembro e dezembro de 2018. O percentual corresponde a 19 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados da pesquisa ainda mostram que, do total, 5,76% são assexuais, 2,12% são bissexuais, 1,37% é gays, 0,93% é lésbica, 0,68% é trans e 1,18% é pessoa não-binária. O levantamento foi feito com base na diversidade sexual e de gênero. Sendo que os que disseram não sentir atração sexual, a grande maioria são mulheres (93,5%).
Além disso, o levantamento identificou que, entre os assexuais, 1,1%, tanto entre os homens como as mulheres, apontaram nunca ter sentido atração sexual. Não se tratando de uma situação momentânea.
O questionário foi realizada com perguntas objetivas e depois categorizado por respostas. De acordo com o psiquiatra Giancarlo Spizzirri, da Faculdade de Medicina da USP e principal autor do artigo, “Se eu chegasse pra uma pessoa e perguntasse assim: ‘Você é homossexual? Dentre as [opções] abaixo: homossexual, hetero ou bi’. Talvez pudesse provocar muito constrangimento dependendo da maneira como é conduzida a pergunta. Ou mesmo a pessoa não saber o que responder. Outra maneira de se indagar isso é: ‘Você tem atração física, romântica e sexual por pessoas do mesmo gênero que o seu? Ou somente por pessoas do mesmo gênero?’”, explicou Spizzirri.
Segundo os pesquisadores o trabalho ajuda a tirar a população ALGBT da invisibilidade e contribui para que sejam pensadas políticas públicas voltadas para esses grupos.
