O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisou a prestação de contas parcial de campanha eleitoral de candidatos e identificou R$ 605 milhões em transferências suspeitas. De acordo com a Justiça Eleitoral, ao todo, foram detectados 59.072 casos de doações ou gastos potencialmente irregulares. Os casos agora serão apurados com informações mais aprofundadas.
As análises foram realizadas por meio do cruzamento de dados de diferentes órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Econômicas (Coaf) e a Polícia Federal (PF). Um novo cruzamento de dados será feito após a prestação de contas final do primeiro turno, que deve ser entregue por todos os candidatos até 2 de novembro.
As suspeitas são por causa de fornecedores com número muito pequeno de funcionários, ou com um dos sócios como beneficiário de programas de transferência de renda como o Auxílio Brasil. Além de casos de empresas criadas neste ano, que tem como sócio algum filiado a partido ou parente de candidato e também doações feitas por pessoas beneficiárias de programas sociais ou com renda incompatível com o valor doado. Foram identificados, por exemplo, seis doadores falecidos e 190 desempregados.
“Ainda despertou o interesse dos analistas 10.296 situações em que um mesmo candidato recebeu numerosas contribuições feitas por diferentes empregados de uma mesma empresa”, disse o TSE.