A Polícia Federal concluiu nesta quinta-feira (26) o inquérito sobre a investigação do desvio e lavagem de dinheiro da Universidade Vale do Rio Verde (Unincor) em Três Corações e sua mantenedora Fundação Comunitária Tricordiana de Educação (FCTE). De acordo com a Polícia Federal, durante as duas fases da operação denominada J´Adoube, foram indiciadas 12 pessoas, sendo dirigentes da FCTE, pessoas ligadas à instituição de ensino, empresários e pessoas físicas que exerciam funções chaves no esquema.
Durante as investigações, que tiveram início em setembro de 2020, foram analisadas várias transações bancárias envolvendo empresas utilizadas na cobrança de mensalidades de alunos da FCTE, além de outras pessoas jurídicas e físicas. Sendo então constatado um sofisticado esquema de desvio e lavagem de dinheiro realizados por dirigentes da FCTE e pessoas que integravam a organização criminosa. As ações criminosas realizadas eram a confecção de contratos de locação falsos, simulação de dívidas com a FCTE para embasar recebimento de valores e, também, uso de empresas em nome de outras pessoas para pagamentos de despesas pessoais.
Operação
Foi deflagrado no dia 8 de março a Fase 1 da Operação J´Adoube. Foram cumpridas 28 ordens judiciais sendo 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Varginha (2), Três Corações (3), Conceição do Rio Verde (1), Contagem (2), Nova Lima(2) e Belo Horizonte (6), além de outras ordens judiciais de apreensão específicas em desfavor de pessoas físicas e jurídicas.
Com o avanço das investigações foi apurado que o grupo continuava em atividade. Sendo então realizado em 10 de maio, a Fase 2 da Operação com o cumprimento de quatro ordens judiciais, com um mandado de prisão preventiva, duas ordens de busca e apreensão e uma medida cautelar específica. No curso da investigação, foram bloqueados os ativos e bens móveis de pessoas físicas e jurídicas integrantes da organização criminosa.
Os indiciamentos das 12 pessoas foram feitos por crimes de apropriação indébita, falsidade ideológica, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e organização criminosa, cujas penas máximas, somadas, podem chegar a 32 anos de prisão.
O nome da Operação J´Adoube é uma referência ao termo utilizado no jogo do xadrez que significa ´´eu arrumo´´, para indicar que os dirigentes daquela instituição de ensino criavam (arrumavam/arranjavam) empresas para desvio de valores e consequente lavagem de ativos.
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