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Quem é o vendedor do comércio em Minas Gerais e qual o futuro da profissão?

Com assessoria | 20/12/2021 - 18:45:44
(Foto: Pixabay)

Com os dados de 2020 liberados pelo Ministério do Trabalho através da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), o Geesul, decidiu entender as características do trabalhador do comércio varejista no estado.

Os dados tabulados consideraram a CBO do vendedor do comércio varejista, e relacionou com as variáveis de remuneração média, sexo, quantidade de vendedores por cidade e escolaridade. Também foi realizado o ranqueamento das cidades baseado na remuneração.
O dashboard criado possibilita além de ordenar as cidades por valores de remuneração, ordem alfabética de cidades e pela quantidade de vendedores, possibilita ainda a filtragem e comparação entre cidades e mapa interativo. Para o fundador do Geesul, Guilherme Vivaldi, este tipo de levantamento e sua forma de visualização facilitam o entendimento da população como um todo, sobre sua realidade e de cidades vizinhas. Acompanhe no Dashboard abaixo. 
Segundo os dados, são mais de 200 mil pessoas empregadas formalmente nesta função no estado, distribuídas em mais de 150 mil pontos comerciais.

O levantamento trouxe as seguintes informações:

  • O salário médio para o vendedor do varejo em Minas Gerais é de R$1.205,07, 15,32% acima do salário mínimo em 2020.
  • A cidade com maior média é Pains (R$2.921,31)
  • A cidade com a menor média é Carmésia (R$496,37).
  • Belo Horizonte (naturalmente) apresenta o maior número de trabalhadores, 32.836.
  • Nove cidades apresentaram apenas um vendedor registrado.
  • A escolaridade do vendedor do varejo, em sua maioria, é o ensino médio. Já  44 pessoas possuem mestrado e 17 têm doutorado. Os analfabetos contabilizaram 210 pessoas.
  • Mulheres representam 61% dos trabalhadores registrados nesta função.
  • A média de quantidade de vendedores por loja é de 4 pessoas, sendo que mais de 18 mil empresas não contam com nenhum vendedor registrado. 
O Geesul, enquanto especialista nos estudos sobre o Sul de Minas, trouxe os seguintes destaques para região:
  • Estão no “Top 10” de remuneração dos vendedores: Delfim Moreira (3°) e Cachoeira de Minas (7°).
  • Das maiores cidades da região, Pouso Alegre está 17° lugar, Varginha 36° lugar e Poços de Caldas 59° lugar.
  • Na quantidade de vendedores registrados, Pouso Alegre apresentou 2.435, Poços de Caldas 2.297 e Varginha 2.163.
Para o pesquisador, o estudo mostra a discrepância de salários para a função entre municípios dentro do mesmo estado, e a hipótese de que cidades maiores pagam mais não foi confirmada, basta observar que a capital Belo Horizonte e as maiores cidades do Sul de Minas não figuram entre o top 10. Este efeito pode ter duas explicações: a alta saturação de empresas varejistas na cidade, gerando mais concorrência pelas vagas de emprego, assim os salários tendem a baixar. A outra é a especialização das empresas locais, se o comércio é diferenciado quanto a seus produtos e possibilita boas experiências de consumo, mais se exige do trabalhador qualificado, que em contrapartida exige maiores salários. Ao passo que a competição pura por preços de lojas sem diferenciação leva à busca por profissionais menos qualificados para reduzir os custos de operação.
Não se pode desconsiderar neste debate o papel institucional de sindicatos e associações comerciais, que devem ter maior articulação seja com empresários nas negociações salariais de forma mais coerente, como na capacitação e orientação das empresas locais para manter o comércio mais competitivo, moderno e inovador, capaz de se tornar referência em sua região. Este quadro ainda não é claro para os municípios que têm articulações limitadas e um “cardápio” de serviços ofertados pelas instituições focados em serviços pouco dinâmicos. Atualmente essas instituições seguem a fórmula: monopólio de serviço de proteção ao crédito, parcerias para descontos em faculdades e outras empresas, e sorteios e eventos em datas comemorativas, além de serviços ainda pouco explorados, como suporte jurídico e palestras subsidiadas pelo sistema S.  Estes serviços são importantes, mas não devem ser os únicos a serem ofertados. Tal afirmação tem por base a teoria institucional de Douglas North que defende as instituições como parte fundamental para o desenvolvimento econômico local e regional, desde que as mesmas sejam dinâmicas.
No atual contexto de globalização do comércio e crescimento exponencial do e-commerce, somado ao aumento da rede de distribuição de grandes marketplaces, o comércio local, para sua sobrevivência, assim como de seus trabalhadores, deve inovar. Segundo WebShoppers 2021 (E-bit/Nielsen), de 2020 para 2019 houve um crescimento de 55% no e-commerce do Brasil. Semelhante a este resultado, a Pesquisa de Intenção de Compras liderada pelo Geesul e Projeto Levante Sul de Minas, mostra que de 2021 para 2020 a preferência do consumidor sulmineiro pelas plataformas on-line saiu de 21,3% para 53,5%. Estes dados suscitam a discussão sobre a necessidade de repensar o comércio local, o descompasso das instituições de apoio e precarização ainda maior do trabalhador do comércio tradicional de balcão.
Sozinhos empreendedores movem sua realidade através da inovação, porém as instituições devem ter a capacidade de dinamizar a estrutura do mercado como um todo, ajudando efetivamente quem está sendo “atropelado” por esta nova realidade, e contribuindo efetivamente para o desenvolvimento local.
 

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