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Varginhense lança documentário sobre como a Amazônia teria influenciado a 'descoberta' do Brasil

Com assessoria | 21/09/2021 - 10:22:05

A oitava etapa do Reality Nascentes da Crise expôs a hipótese da influência dos “rios voadores” da Amazônia para a chegada dos portugueses em 1500

Embasado na reinterpretação da Carta de Pero Vaz de Caminha, o videodocumentário que sintetiza a oitava etapa do Reality Nascentes da Crise foi produzido no extremo sul da Bahia. Entre março e abril de 2021, o varginhense Diego Gazola percorreu a região geográfica entre a foz do rio Jequitinhonha no município de Belmonte e a do rio Cahy em Prado.

O novo filme, com cerca de 10 minutos, expõe dados técnicos coletados pelos satélites da Climatempo, e que são validados através da experiência vivencial na qual o fluxo da umidade advinda da Amazônia influencia regularmente o regime de chuvas naquela região. Tanto nas cabeceiras dos rios, como em toda a área que foi denominada como zona turística da Costa do Descobrimento.

Segundo a Carta de Pero Vaz de Caminha, o primeiro documento redigido no atual Brasil, um dia antes do avistamento da montanha e da chegada ao litoral, os navegadores viram pedaços de plantas boiando no oceano. Este fato remeteu que estariam próximos de terra firme. Assim consta no registro histórico original: “... foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno.”

Entre todos os rios do litoral sul da Bahia, o rio Jequitinhonha é o que apresenta a maior vazão nos dias atuais, e há cinco séculos, potencialmente também. Este corpo hídrico pode ter sido o responsável por lançar em alto mar, as ervas avistadas pela tripulação, uma vez que nesta época do verão e início do outono é historicamente de cheias no rio.

A foz do rio Jequitinhonha está localizada a cerca de cento e trinta quilômetros em linha reta da foz do rio Cahy, local consensual como ponto da chegada dos portugueses em 22 de abril após avistarem neste mesmo dia uma montanha imponente no horizonte. Devido à proximidade do domingo de Páscoa, eles a denominaram como Monte Pascoal.

Durante a pesquisa para o Nascentes da Crise, alguns historiadores foram ouvidos, entre outros, Sidrach Carvalho Neto, autor da obra “Santa Cruz Cabrália, cinco séculos de história”. Ele auxiliou na validação da procedência da hipótese levantada por Diego Gazola: de que as chuvas procedentes desde o sentido noroeste para a região são oriundas da Amazônia e teriam elevado o nível das águas do rio Jequitinhonha. Posteriormente as correntes marinhas podem ter levado para o alto-mar os restos de vegetação que sinalizaram o caminho para a chegada dos portugueses.

Povos originários Pataxó também somaram ao estudo, principalmente os que atualmente habitam o entorno do Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal. Segundo informaram, o nome para eles da montanha no idioma indígena patxohã é Egnetope e que desde o cume dele, observam que as chuvas nesta época do ano vêm prioritariamente do interior do continente e não do litoral.

Na Carta, Pero Vaz de Caminha menciona que além do monte alto e redondo, foram avistadas outras serras mais baixas ao sul. Essa região hoje pertence ao município de Itamaraju, localizado a cerca de 50 quilômetros em linha reta do litoral baiano.

Durante a pesquisa, Diego Gazola também esteve nesta cidade, especificamente no Assentamento Sustentável Pau Brasil situado no entorno do Monte Pescoço. Em 2014 foi descoberto e catalogado ali, o maior e mais antigo exemplar de pau-brasil do mundo. Com cerca de 600 anos, ele existe desde antes da chegada dos portugueses e o início da extração desenfreada da árvore que cedeu nome ao nosso país.

O documentário

Nascentes da Crise é um formato inovador de reality-show sobre clima. Desde 2014, o projeto se materializa em vídeo, o que a ciência explica por meio de teorias e gráficos. As experiências em campo, até o momento produzidas em nove países, registram a relação entre o ciclo das águas e as mudanças climáticas. A interação com o público se dá pela hashtag #nascentesdacrise no Facebook, Twitter e Instagram.

O Reality traz reflexões sobre causas e consequências em áreas de transição de biomas, regiões em que ocorreram episódios de extremos climáticos e na realidade no entorno dos principais rios das bacias hidrográficas do planeta.

As primeiras três exibições do videodocumentário foram realizadas na Bahia no início do mês. A partir de agora, também já está disponível online.

Os filmes das etapas anteriores também estão disponíveis no site.

 

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