Após um final de semana e feriado de Corpus Christi bem agitados em Varginha, com muitas aglomerações e desrespeitos aos protocolos sanitários de saúde, o Superintendente de Combate à Covid-19 de Varginha, Dr. Luiz Carlos Coelho, mostrou preocupação com o aumento de casos de Covid-19 no município e afirmou que uma nova onda poderá vir ainda pior, após o dia 22 de junho.
"Nós estamos saindo do feriado de Corpus Christi, quem minimamente acompanhou algo nas redes sociais, percebeu claramente que a população partiu para um caminho completo e de total descaso com as medidas de prevenção, para um comportamento negacionista. Enquanto as mães vão para as redes sociais escrever "misericórdias", os filhos, os sobrinhos e os jovens, principalmente, estão nas viagens, nas praias, nas pirâmides e nas festas clandestinas. Há uma dificuldade real, por mais que se otimize os meios de fiscalização, da população em entender a situação, mesmo quando a gente sinaliza através de decretos, medidas restritivas", enfatizou o superintendente.
"Se a gente fizer uma projeção epidemiológica, na região macro Sul, a gente vai ter, se nada for aderido pela população, ali em torno do dia 22 de junho, um momento mais desconfortável ainda. Se não bastasse, a gente tem ainda pela frente o final de semana do Dia dos Namorados, que é também um momento em que a gente tem um risco real para que estes contatos e contágios aconteçam", completou Dr. Luiz Carlos.
A fala do infectologista foi registrada durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (07), na sede do Inprev. O Hospital de Campanha de Varginha conta com um total de 50 leitos, sendo 20 de CTI e 30 de Enfermaria, e a taxa de ocupação tem sido próxima do máximo, segundo o superintendente.
"A gente tem um cenário extremamente desconfortável na região macro Sul (Sul de Minas), com altíssima taxa de transmissão, em que casos novos diários estão num patamar extremamente alto, obviamente isso reflete num número alto de internações. Em Varginha, o nosso respiro tem sido os leitos que foram acrescidos na UPA, que fez com que a gente não tenha tido um colapso até então", afirmou o secretário", afirmou.
Enquanto isso, a vacinação prossegue para pessoas com comorbidades, acima dos 18 anos, e profissionais da educação, que trabalham com crianças de 0 a 3 anos, inicialmente. "A gente tem uma vacinação que caminha a passos lentos. Todo mundo tem acompanhado que a gente recebe remessas direcionadas pelo Estado, que vem do Ministério da Saúde, chegando nas superintendências regionais, vão para os municípios. A gente imagina que esse cenário só vai mudar quando a gente tiver avançado muito na vacinação", afirmou o infectologista.
Além disso, ele citou ainda a mudança que foi feita nos últimos dias, em que as urgências e emergências que chegarem de ambulâncias dos Bombeiros, Samu, Polícia Militar, sistema prisional e rodovias, serão encaminhados diretamente para o Pronto Atendimento do Hospital Bom Pastor, para diminuir o número de atendimentos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que está sobrecarregado.
"Todo mundo percebeu que no dia 05, fizemos uma inversão de fluxo dos casos de urgência e emergência, que são referenciados pelas ambulâncias de Corpo de Bombeiros, do Samu, Polícia Militar, sistema prisional e da rodovia, que iriam para a UPA e passaram para o Pronto Atendimento do Hospital Bom Pastor, otimizando o trabalho do Bom Pastor e diminuindo a sobrecarga da UPA, deixando com que a gente tenha uma menor pressão sobre os servidores que estão na UPA e nos insumos e equipamentos", explicou.
"Ao mesmo tempo a gente tem as dificuldades reais de se ampliar leitos, não só em função de recursos humanos, como também pelo fato de que esta não é a melhor resposta pro enfrentamento da Covid-19; a melhor resposta ainda é a insistência nas medidas não farmacológicas, que é higiene das mãos, uso de máscaras, distanciamento social e não aglomerar", encerrou Dr. Luiz Carlos.
