Após três semanas de Onda Roxa em Minas Gerais, o quadro epidemiológico, montado e divulgado pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal), confirmou indicativos de melhora nesta última quarta-feira, 07 de abril, em cidades do Sul de Minas, incluindo Varginha.
Com o objetivo de verificar o perfil epidemiológico e possíveis correlações entre parâmetros de saúde e a evolução da doença nacional e regionalmente, pesquisadores da UNIFAL-MG desenvolvem o projeto de Iniciação Científica “Indicadores Covid-19”, a fim de monitorar, por meio de boletins semanais, o número de casos confirmados, recuperados, internados e óbitos.
O projeto é coordenado pelo epidemiologista e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNIFAL-MG, Sinézio Inácio da Silva Júnior, e conta com a participação das pesquisadoras Ana Carolina Carvalho da Silva, acadêmica do curso de Farmácia, e Ana Clara Figueredo Dias, do curso de Biomedicina.
O estudo foi divulgado nesta quinta-feira (8) e analisou os dados da Covid-19 entre os dias 17 de março e 7 de abril. Nesta última semana, a média semanal de casos caiu de 1.397 em 31 de março para 1.085 em 7 de abril, no Sul de Minas. Confira detalhes:
Tendência de mortes e estabilidade de casos e internações
No estado, a tendência de mortes permanece crescente, mas há estabilidade de casos e internações. Das 14 regiões de saúde apenas 2, a Leste e a Oeste, apresentam tendência de crescimento da incidência. Nas demais regiões, 8 apresentam tendência de diminuição (Leste-Sul, Nordeste, Noroeste, Norte, Sudeste, Sul, Triângulo-Norte e Triângulo-Sul) e 4 tendência de estabilidade (Centro, Centro-Sul, Jequitinhonha e Vale do Aço). No Sul de Minas, há tendência de diminuição da incidência, mas mortes e internações permanecem em crescimento.
Média móvel semanal de casos na região sul de Minas
A média móvel semanal de casos na região Sul continua acima de 1.000 (1.089 em 07 de abril). Isso projeta de 20 a 30 mortes em média por dia na região e em torno de 70 internações diárias. As internações só começarão a diminuir dentro de pelo menos 10 dias e a mortalidade após mais duas semanas.
Emergência sanitária
O número de mortes por Covid-19 hoje representa sozinho 30% ou mais das mortes provocadas por todas as outras causas juntas no Sul de Minas. O que configura uma emergência sanitária jamais vista na história do estado.
Entre os dez municípios com maior população da região Sul, registra-se tendência de diminuição de incidência em Varginha, Itajubá e Alfenas, estabilidade em Poços de Caldas, Pouso Alegre e Três Corações, mas crescimento em Passos, Lavras, São Sebastião do Paraíso e Três Pontas.
Entre os municípios do Sul de Minas, no primeiro dia da Onda Roxa, 52% apresentavam tendência de crescimento da incidência, após três semanas esse número foi para 29%.
Situação dos municípios da região
A Onda Roxa no Sul de Minas foi mais positivo nos municípios com 30.000 habitantes ou mais. Dentre esses, houve melhora em 74%, com diminuição de novos casos. Mas, nos menores essa melhora foi de 47% e 51%, respectivamente naqueles com menos de 20.000 habitantes e de 20.000 a menos de 30.000. Ocorreram avanços, mas é cedo para se dizer que a situação está controlada. É necessário manter a tendência de queda de novos casos, especialmente num quadro em que as variantes mais transmissíveis avançam.