A decisão de retorno das aulas presenciais em Varginha tem causado desconforto em pais, alunos e professores da Rede Municipal de Ensino. Através de decreto, o prefeito Vérdi Melo havia anunciado retorno das aulas presenciais, em ensino híbrido, a partir de março, na cidade. Depois, em nova decisão, o retorno foi adiado para 5 de abril.
Entretanto, o Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede Publica Municipal de Varginha (SINPROMAG) vê a decisão de retorno como imprudente, em meio ao aumento de casos de Covid-19, na cidade e no país.
"Vivemos no Brasil e na cidade, o pior momento da pandemia. Os números mostram. É preciso reverter esse momento com mais medidas de isolamento e não o contrário. A SINPROMAG protocolou ao Executivo Municipal o adiamento por 60 dias das aulas presenciais. Conseguimos 35 dias. Acreditamos que precisamos desse adiamento maior para um melhor preparo", afirmou o presidente do sindicato, Prof. Nelson Pereira de Andrade, em entrevista ao Varginha Online.
Segundo Professor Nelson, o retorno às aulas presenciais provocará cerca de 50 mil contatos por dia só na rede municipal e o sindicato está trabalhando para o retorno presencial somente após os profissionais serem vacinados contra a doença.
"O decreto carece de maior espaço para o diálogo. As entidades que representam os profissionais da educação precisam ser ouvidas. As vidas precisam ser preservadas. O decreto de retorno às aulas presenciais provocará cerca de 50 mil contatos dia só na rede municipal. Precisamos avaliar isso com serenidade e responsabilidade", afirmou.
"O Sinpromag trabalha para que os profissionais da educação sejam vacinados antes do retorno. O STF autorizou a compra de vacina pelos Estados e Municípios. O Prefeito de Varginha, Sr. Vérdi, participou de conferência na Confederação Nacional de Prefeitos para analisar esse tema da compra. Sem vacina não tem possibilidade de aulas presenciais. O protocolo não garante isso e não dá tranquilidade", completou o presidente.
"Isso trará consequências sérias para a cidade, profissionais e famílias. O sistema de saúde já está no limite. Vidas em perigo aos profissionais e famílias. Prefeitura não tem condições de efetuar o sistema hibrido; falta de materiais e elementos humanos", enfatizou Prof. Nelson. "Precisamos trabalhar o ensino remoto por mais um período, no mínimo até final de abril. Precisamos preservar vidas humanas, até mesmo para a economia da cidade. As vidas constituem a maior riqueza", completou.
Para o retorno, segundo decisão da Prefeitura Municipal, as escolas estão passando por obras e ganhando melhorias e demarcações, para poder atender os alunos de maneira responsável. Entretanto, o sindicato vê as obras como uma não garantia de segurança, fazendo com que a maioria dos pais não mandem os filhos para as escolas.
"As obras feitas pela Prefeitura não garantirão retorno com segurança. Precisamos trabalhar a vacina antes do retorno. Cerca de sessenta por cento dos pais não vão mandar os filhos para as aulas presenciais. Avaliam que é necessário o ensino remoto que já fazemos desde fevereiro. Isso não é opção, é necessidade", encerrou o presidente do sindicato.
