Autoridades de trânsito confirmaram baixa adesão da categoria em Minas Gerais na paralisação nacional dos caminhoneiros convocada para esta segunda-feira (1º). A Polícia Roroviária Federal afirmou pela manhã, "trânsito fluindo normalmente mas rodovias federais da região".
Alguns manifestantes tentaram mobilizar caminhoneiros em dois pontos de Minas Gerias, no início da manhã: na MG-050 e na BR-494 em Divinópolis. Entretanto, segundo a Polícia Militar Rodoviária, a mobilização não foi bem-sucedida e o fluxo de veículos estava normal. O mesmo ocorreu na região de Igarapé.
Um dos principais motivos de descontentamento da categoria seria o aumento do preço do diesel. Por meio de uma nota conjunta, o Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informaram que, às 9h desta segunda-feira, “todas as rodovias federais, concedidas ou sob gestão do DNIT, encontram-se com o livre fluxo de veículos, não havendo nenhum ponto de retenção total ou parcial”.
Federação dos Caminhoneiros Autônomos
A Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas e Bens do Estado de Minas Gerais (Fetac-MG) se posicionou contra a paralisação da categoria. A Fetac-MG disse, por meio de nota, que nenhum sindicato de transportador autônomo de cargas filiado à federação se posicionou a favor da greve que, conforme a entidade, foi convocada por associação sem personalidade sindical. “Portanto, o que se verifica é o aparecimento de pessoas que se intitulam representantes nacionais de uma categoria que possui entidades sindicais espalhadas por todos os estados brasileiros”, diz o documento.
Além disso, reconheceu as dificuldades do transportador autônomo, citando o valor do frete defasado, o aumento desenfreado do diesel, além de outras reivindicações. Mas ponderou que, apesar de o setor estar esquecido pelas autoridades competentes, a sociedade não pode ser penalizada com desabastecimento de alimentação e remédios em meio à pandemia de Covid-19.
“A Fetac-MG e seus sindicatos filiados continuarão a lutar em prol da categoria dos transportadores autônomos, buscando junto às autoridades competentes meios para amenizar e, futuramente, erradicar as injustiças que são impostas a uma classe sobejamente merecedora do mais alto reconhecimento da sociedade”, garantiu.
Presidente Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro apelou aos caminhoneiros para que não levem adiante a greve do setor e afirmou que o governo estuda alternativas para reduzir o PIS/Cofins para diminuir o preço do diesel, mas que a solução não é fácil.
“Estamos buscando alternativas, reconhecemos o valor do caminheiro para a economia do Brasil, apelamos para eles que não façam greve porque todos nós vamos perder, sem exceção. Agora a solução não é fácil”, disse ao sair de uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Um aumento de 4,4% no preço médio do diesel nas refinarias na terça-feira aumentou ainda mais as movimentações para uma greve de caminhoneiros e, no mesmo dia, uma das principais associações do setor, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), filiada à CUT, anunciou apoio ao movimento.
Bolsonaro confirmou que o governo estuda alternativas para reduzir o impacto do PIS/Cofins no diesel, mas que cada centavo de redução representa R$ 800 milhões que precisam ser encontrados em outro lugar.
“Para cada centavo no preço do diesel, que por ventura nós queremos diminuir, no caso PIS/Cofins, equivale a buscarmos em algum outro local R$ 800 milhões. Então, não é uma conta fácil de ser feita”, disse. Ao ser questionado quando o governo teria uma resposta, acrescentou que “não dá para dizer porque você olha o impacto, multiplica 33 centavos por 800 milhões, dá 26 bilhões mais ou menos, é um volume bastante grande”, concluiu.
Com informações de Estado de Minas e Diário do Comércio