Projeto de Varginha tem como objetivo desenvolver o raciocínio lógico-matemático em crianças a partir de atividades lúdicas
“Brincadeira é um assunto sério e tem fundamental relevância na discussão da Educação”, pode parecer contraditório, mas foi a partir desse pensamento que o professor Michael Ferreira, do CEFET-MG em Varginha, desenvolveu com o aluno André Oraboni o projeto “Brinquedos matemáticos: uma investigação para o desenvolvimento de projetos técnicos e físicos para a estimulação do raciocínio lógico-matemático em crianças.”
Segundo o professor Michael, o projeto tem como objetivo desenvolver o raciocínio lógico-matemático em crianças a partir de atividades lúdicas, técnica que ele já havia aplicado quando era professor em outras escolas e que gerou resultados positivos. Como a proposta foi bem sucedida, ele decidiu impulsioná-la e pensar cientificamente sobre o assunto, resultado: ela foi transformada em uma iniciação científica e, com isso, passou a participar de feiras e eventos. A pesquisa propõe o desenvolvimento de um projeto técnico e físico de um jogo que contribua para o desenvolvimento cognitivo de crianças, além da aplicação desse jogo em uma escola de Varginha, em uma turma específica, para, através de questionários, verificar a contribuição da metodologia na prática.
De acordo com a pesquisa empreendida pelo estudante André Oraboni foi percebida a importância e a necessidade desempenhada pelo jogo como um catalisador no aprendizado de Matemática, mesmo com um tempo mínimo de aplicação do jogo desenvolvido. A próxima etapa do trabalho é verificar a possibilidade de executar o jogo com uma fábrica de brinquedos artesanais e, futuramente, desenvolver um novo brinquedo, totalmente inovador, com base na pesquisa.
Para o coordenador do projeto, o estudo possui relevância social, pois a “sociedade vem apresentando evidências de adoecimento em vários sentidos, uma delas é o afastamento de nossas crianças de atividades lúdicas e de brincadeiras de tradição cultural”, devido à ânsia pelo futuro, pelo vestibular, pelo Enem..., o que desvirtua a escola e a educação de sua função “legítima, de formação integral, no sentido das múltiplas inteligências, do cidadão”, acrescenta.
Após ser apresentado durante a Feira Estadual de Ciência e Tecnologia (Fecete), onde foi premiado em 2º lugar na categoria inovação, e na Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações (META), em que conquistou o 3º lugar na categoria modelo didático, o trabalho foi indicado para a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que aconteceu entre 21 e 23 de março. Em 2017, o CEFET-MG foi a Instituição em Minas Gerais com o maior número de trabalhos aprovados; dos 28 selecionados, 15 são de autoria de professores e alunos da Instituição.