O Brasil está às vésperas de se transformar em uma grande vitrine para o mundo, com o início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. É incontestável que essa é uma oportunidade única para o país se inserir definitivamente como destino turístico no roteiro internacional, e, consequentemente, impulsionar uma economia tão debilitada. Mas, como será depois das competições?
Atualmente, estão em debate na Câmara dos Deputados estratégias de estímulo à vinda de turistas estrangeiros para o Brasil. É necessário que o setor apoie ações para captação de eventos esportivos e culturais de repercussão mundial, utilizando os centros esportivos como espaços de excelência para receber atletas de todo o mundo, transformando o Brasil em referência para treinamento de alta performance da América Latina.
Mas o turismo não se resume às competições. Existem diversos outros temas na pauta do setor, como a regularização dos hotéis-cassinos, que movimentaria R$ 15 bilhões por ano, entre receitas, salários e impostos, e estimularia a criação de cerca de 400 mil novos postos de trabalho e renda; e a possibilidade de aprovação do Projeto de Lei 3785/2012, que institui o contrato de trabalho intermitente, no qual é permitido contratar empregados por hora móvel em vez de hora fixa, aumentando a quantidade de postos formais e diminuindo o deficit da Previdência, já que haveria mais recolhimento de contribuição.
Para que essas e outras oportunidades se transformem, de fato, em realidade, é imprescindível o trabalho conjunto entre governo e empresários. É condição sine qua non que o Ministério do Turismo não somente tenha continuidade, mas também seja fortalecido como pasta estratégica, com a indicação de um nome forte para capitaneá-la. Além disso, uma das principais reivindicações do setor é para que a Embratur passe a funcionar como uma agência de fomento, como acontece hoje com a Agência Brasileira de Promoção de exportações e investimentos (Apex-Brasil). A mudança no modelo de financiamento do órgão é exatamente para que o País tenha mais visibilidade lá fora.
O Brasil quer e precisa de um turismo que o represente, em todas as esferas: governo, empresariado e sociedade. Sem ser dessa forma, as sementes plantadas podem não render a colheita de bons frutos. Os brasileiros querem conhecer as belezas e os destinos de seu próprio País e, para isso, não há melhor forma que viajar. Porém, o turismo dentro do País não pertence somente à esfera do entretenimento.
O setor desponta como uma possibilidade real de gerar mais empregos e renda para o trabalhador; maior arrecadação para o governo; e um grande caminho de crescimento para os empresários, desde que haja boas políticas públicas que promovam um bom ambiente de negócios e incentivem o empreendedorismo.
As perspectivas são boas e, com o apoio do governo, nossa missão como empresários será continuar transformando a crise em oportunidade.
