Em uma semana em que tudo deveria ser alegria, pelo sucesso dos Jogos Pan-americanos, uma nuvem de tristeza pinta nosso céu! Mais de 180 mortos. Milhares de pais, filhos, netos, avós, esposas, namorados, noivas e amigos enlutados. Famílias que sofrem a amarga dor da perda! Descaso total da companhia aérea e das autoridades aeroportuárias, que mantiveram estas mesmas famílias na mais completa agonia e ignorância, remoendo durante horas a fio, uma tristeza que teimava em não se concretizar, ainda que esmagando os corações daqueles que esperavam.
Que grande mistura de sentimentos! Lágrimas de alegria, pela execução do Hino Nacional, quando de nossas conquistas. Lágrimas de tristeza, pela execução de dezenas de vidas, em virtude do descaso, da falta de respeito, da falta de providências. Orgulho imenso de nossos atletas, que se esforçam, se dedicam e conquistam para nós, os louros da vitória. Asco profundo de nossas autoridades, que – mais uma vez – fazem da tragédia um palanque, fingindo uma dor que, sabem eles, poderia ser evitada com mais atos e menos palavras. Júbilo por Tiago, Diego, Jade, Renzo, Fabrício, Monique, Tatiana e dezenas de outros jovens que elevam nossa estima, engrandecem nossa nação! Luto por tantos, até agora, desconhecidos, que nos fazem sentir uma vontade, cada vez mais incontida, de sair às ruas, de protestar, de exigir soluções, de gritar que BASTA!
Quantos mais precisarão morrer, para que algo seja feito, senhores? Quanto tempo mais permitiremos que as coisas aconteçam assim? Quantos vitoriosos ainda teremos que perder em função da redundante imbecilidade, inépcia, inabilidade, incapacidade e idiotismo de nossos políticos?
No Pan, chegou a nossa hora, Brasil! Na vida, passou da hora, Brasil! Devemos aos nossos vitoriosos uma grande comemoração e aos nossos mortos, uma grande revolução! Voltemos às ruas! Para comemorar e para fazer justiça!
Chega de covardia! Façamos como Jade Barbosa:
- Perder, talvez. Desistir, jamais! Reagir, sempre!
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