Coluna | Expressão
Fabricio Serafim
34, é economista e ativista social em Varginha-MG, escreve às quintas-feiras neste espaço, no jornal Correio do Sul (Varginha) e no Jornal do Estado (Pouso Alegre).
Festa e Tragédia: Sentimentos em contraste!
19/07/2007
Quanto orgulho, ao ver nosso Diego Hipólito brilhar! Mais do que um grande atleta, um grande artista, que nos inspira a sensação de que o melhor do Brasil, realmente, é o brasileiro! Quanto orgulho de Jade Barbosa, menina órfã de mãe, longe da família, dedicada e disciplinada, sacudindo a poeira de um erro e subindo ao mais alto degrau do pódio, um dia depois, comprovando a máxima de que “somos brasileiros e não desistimos nunca”. Quanto orgulho das meninas e meninos do vôlei, do basquete, do handebol, do atletismo, do hipismo, da natação, da esgrima, enfim, de todas as modalidades, desde o popular futebol, chegando ao desconhecido badminton. Homens e mulheres representando um país, sem que ninguém se preocupe com a religião, a raça ou a sexualidade de cada um deles. Algo que deveria ser o natural, não somente em tempo de competições esportivas, mas, sim, em todos os momentos!

Em uma semana em que tudo deveria ser alegria, pelo sucesso dos Jogos Pan-americanos, uma nuvem de tristeza pinta nosso céu! Mais de 180 mortos. Milhares de pais, filhos, netos, avós, esposas, namorados, noivas e amigos enlutados. Famílias que sofrem a amarga dor da perda! Descaso total da companhia aérea e das autoridades aeroportuárias, que mantiveram estas mesmas famílias na mais completa agonia e ignorância, remoendo durante horas a fio, uma tristeza que teimava em não se concretizar, ainda que esmagando os corações daqueles que esperavam.

Que grande mistura de sentimentos! Lágrimas de alegria, pela execução do Hino Nacional, quando de nossas conquistas. Lágrimas de tristeza, pela execução de dezenas de vidas, em virtude do descaso, da falta de respeito, da falta de providências. Orgulho imenso de nossos atletas, que se esforçam, se dedicam e conquistam para nós, os louros da vitória. Asco profundo de nossas autoridades, que – mais uma vez – fazem da tragédia um palanque, fingindo uma dor que, sabem eles, poderia ser evitada com mais atos e menos palavras. Júbilo por Tiago, Diego, Jade, Renzo, Fabrício, Monique, Tatiana e dezenas de outros jovens que elevam nossa estima, engrandecem nossa nação! Luto por tantos, até agora, desconhecidos, que nos fazem sentir uma vontade, cada vez mais incontida, de sair às ruas, de protestar, de exigir soluções, de gritar que BASTA!

Quantos mais precisarão morrer, para que algo seja feito, senhores? Quanto tempo mais permitiremos que as coisas aconteçam assim? Quantos vitoriosos ainda teremos que perder em função da redundante imbecilidade, inépcia, inabilidade, incapacidade e idiotismo de nossos políticos?

No Pan, chegou a nossa hora, Brasil! Na vida, passou da hora, Brasil! Devemos aos nossos vitoriosos uma grande comemoração e aos nossos mortos, uma grande revolução! Voltemos às ruas! Para comemorar e para fazer justiça!

Chega de covardia! Façamos como Jade Barbosa:

- Perder, talvez. Desistir, jamais! Reagir, sempre!

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