Prezo muito pela nossa classe profissional e, com certeza, outros professores também. Porém, não é à toa que o tal “professorzinho de educação física” é a pessoa mais indicada para trocar as lâmpadas queimadas da escola, o único que não é chamado para o conselho de classe. É o “rola bola”. É a aula em que muitos alunos aproveitam para dar aquela fugidinha. O mesmo acontece com o Personal Trainer. Muitos deles precisam se valorizar, pois dificilmente iríamos a um dentista extrair um dente por R$1,99. Mas também duvido que algum se submeteria à isto. Tanto profissional quanto cliente!
Todas as profissões têm seu valor. Por que não a Educação Física? Seria melhor que esses professores entrassem no Sistema Único de Saúde (SUS) e fizessem trabalho voluntário, já que eles gostam de fazer tanta caridade assim. Não é preciso nem falar dos professores da rede pública. Trabalham anos para nunca serem reconhecidos.
Acredito que há mercado de trabalho para todos. Basta serem competentes, confiar em seu trabalho e serem íntegros, pois só assim conquistarão o respeito da população. Acredito que temos de buscar nosso espaço pelo trabalho oferecido e não pelo “ofertão” camarada. Imagine se todos tivessem a mesma faixa de investimento cobrado! Os clientes escolheriam os melhores, obrigando todos os profissionais a buscar atualizar seus conhecimentos e métodos de treinamento. E todos sairiam ganhando. Parece simples.
O professor de Educação Física precisa ter uma identidade, auto-estima elevada, ter uma boa postura diante os alunos, não misturar profissionalismo com camaradagem, ter ética e boa apresentação. A atividade física é muito séria para ser pouco valorizada. Passamos uma hora com o(s) aluno(s), desenvolvemos inúmeras valências físicas, melhoramos seu comportamento psicosocial dentre outras qualidades. É muito mais do que levantar pesos ou chutar a bola. O professor tem que enxergar mais longe, pensar alto. É questão de lógica. Se todos se valorizassem da mesma maneira, todos sairiam ganhando, principalmente aqueles que cobram R$1,99 por aula. Nas grandes capitais já vem acontecendo isso. Os professores não dão “aulinha” e nem fazem “programinha” de exercícios. São profissionais respeitados, com público fiel e exigente. Quem sabe um dia isso não venha a acontecer aqui em nossa região. Enquanto isso, vamos assistir aos nossos colegas ingressando em uma eterna desvalorização profissional.
Pobres de nós!
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