Coluna | Em Pauta
Renan Lenzi
Jornalista, formado em Gestão Pública (Unicesumar), concluinte do curso de graduação em matemática (UFSJ) e graduando em Engenharia Civil (Unis). Foi assessor parlamentar. Atuou como repórter do jornal Gazeta de Varginha e do Jornal O tempo de Betim.
Você pode salvar vidas
25/11/2014
Hoje se comemora o Dia Universal do Doador de Sangue e logo gostaria de falar um pouco sobre este assunto de extrema importância para a nossa sociedade e que salvam vidas todos os dias.

As primeiras tentativas de utilização do sangue para a cura de doenças datam da pré-história, sendo que, durante muitos séculos, os resultados não obtiveram sucesso. O primeiro relato de transfusão de sangue ocorreu no século XVII, sendo quase todas realizadas com sangue de animais.

A história da transfusão de sangue é dividida em três períodos: a era pré-histórica, que vai até a descoberta da circulação sanguínea pelo médico britânico William Harvey, no início do século XVII; o período pré-científico, vai de 1616, ano da descoberta da circulação, até o início do século XX, quando o pesquisador austríaco Landsteiner descobre o grupo sanguíneo ABO; e o terceiro período – chamado científico – começa com a descoberta de Landsteiner, chegando até os dias atuais.

Após a descoberta de Landsteiner a transfusão de sangue passou a ser realizada braço a braço, uma vez que não existiam anticoagulantes que permitissem a estocagem do sangue colhido. Durante o período entre as duas guerras mundiais, foi desenvolvida uma solução anticoagulante à base de citrato de sódio.

A primeira transfusão de sangue coletado e estocado em garrafas de vidro ocorreu durante a guerra civil espanhola, em 1939, quando um médico francês organizou uma rede de doadores de sangue formada por simpatizantes da causa dos rebeldes que lutavam contra os fascistas comandados pelo general Franco. Na Segunda Guerra Mundial surgiram os primeiros bancos de sangue, sendo o período das primeiras campanhas de doação de sangue.

No Brasil, o sistema de doação de sangue era remunerado, ou seja, as pessoas recebiam pelo sangue. Com isso, aumentou o número de bancos de sangue privados, o que dificultava a fiscalização. Na década de 1980, o Governo Brasileiro se posicionou contrário à prática e criando o Programa Nacional de Sangue e Hemocomponentes (Pró-Sangue) com a finalidade de regularizar a situação da hemoterapia brasileira, criando os Centros de Hematologia e Hemoterapia – os hemocentros.

Quem pode doar

O principal requisito para que uma pessoa doe sangue é estar em boa saúde. É necessário ter entre 16 e 68 anos, sendo que os menores de 18 anos precisam do consentimento formal dos pais ou responsáveis. A pessoa precisa ter peso igual ou superior a 50 kg e não estar em jejum.

O doador deve evitar alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação. Bebidas alcoólicas e cigarros não devem ser consumidos antes da doação. Dormir pelo menos seis horas na noite anterior à doação também é recomendado.

Quem não pode doar

 Algumas condições podem impedir temporária ou permanentemente a doação. O impedimento temporário se dá por:

• Gripes e resfriados (aguardar sete dias após o desaparecimento dos sintomas);

• Gravidez e parto (esperar 90 dias após o parto normal e 180 após cesarianas);

• Amamentação (tempo de parto inferior a 12 meses);

• Ingestão de bebidas alcoólicas (12 horas antes da doação);

• Tatuagens (feitas nos últimos 12 meses);

• Situações de risco para doenças sexualmente transmissíveis (12 meses);

• Viagens para regiões com alto risco de malária (Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins, esperar 12 meses após retorno)

Já o impedimento definitivo ocorre quando:

• Casos de hepatite após 11 anos de idade;

• Evidências ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas;

• Uso de drogas ilícita injetáveis;

• Malária;

Pessoas que fazem uso de medicamentos ou estão em tratamento dentário, assim como quem realizou cirurgias ou tomou vacinas, deve consultar nos Hemocentros se estão ou não aptas para doar sangue. Veja abaixo alguns prazos:

• Extração dentária: 72 horas;

• Apendicite, hérnia, amigdalectomia, varizes: três meses;

• Colecistectomia, histerectomia, nefrectomia, redução de fraturas, politraumatismos sem seqüelas graves, tireoidectomia, colectomia: seis meses;

• Transfusão de sangue: 12 meses;

Direitos do doador

A Lei 1.075 de 27 de março de 1950 e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), através do artigo 473, garante ao doador a dispensa do ponto no dia da doação de sangue, por um dia, em cada 12 meses de trabalho, no caso de doação voluntária devidamente comprovada. O atestado de comparecimento e doação é fornecido pelos hemocentros.

O que fazer após a doação

Após a doação de sangue são necessários alguns cuidados. Deve-se evitar esforços físicos exagerados por pelo menos 12 horas, aumentar a ingestão de líquidos, não fumar por duas horas e não ingerir bebidas alcoólicas por 12 horas. O curativo colocado no lugar da punção deve se mantido por, no mínimo, quatro horas, e atividades como dirigir veículos de grande porte, trabalhar em andaimes e praticar atividades radicais como paraquedismo ou mergulho devem ser evitadas.

Mitos sobre a doação de sangue

A doação de sangue é cercada por mitos, tais como:

• "Quem doa sangue uma vez, tem que doar sempre".

• "Doar sangue engorda ou emagrece, afina ou engrossa o sangue"

• "Doar sangue dá coceiras".

• "Doar sangue contamina o doador".

Essas não têm respaldo ou comprovação científica, tendo surgido no início do processo de doação de sangue. Da mesma forma, não existe sangue artificial, sendo a doação a única maneira de conseguir sangue para quem precisa.

Em Varginha você também pode doar o seu sangue e começar desde já a salvar vidas. Basta procurar o Hemocentro que se localiza na Avenida 8, número 55, no bairro Vila Verde. Para entrar em contato com o hemocentro, basta ligar no número (35) 3221-1794.

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