Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
Brasil. Não feche as suas portas
14/06/2012

- Abre a porta ou a janela...

- Lá vem você de novo. A semana passada já abrimos algumas janelas em seu cérebro.

- Sei disso meu amigo. Porém a partir daquele momento comecei a prestar a atenção nas portas. Portas entreabertas, portas definitivamente fechadas (mudou-se para longe), portas abertas onde lá no fundo ouvimos uma gargalhada gostosa naquele momento que parece estar eternizado pela descontração e o bom humor. É a porta aberta ao diálogo, à conversa prazeirosa, às brincadeiras sadias.

- Muitas vezes carreguei a frustração de portas que iam se fechando no decorrer de minha vida. Fechou-se a porta de minha infância e abriram-se as janelas de minhas recordações. Muitas vezes a porta do paiol me convidava pra esconder-me no aconchego de um monte de palhas de milho. A porta do quarto de hóspedes, raramente aberta, levava no segredo de suas costas, no interior do cômodo, as sensações do visitante que, ao fechá-la, construía o seu mundo íntimo na casa alheia.

- Sei que, de longe, muitos vinham a pé, a cavalo, para chegar antes das oito da manhã na Escola Mista da Fazenda Santa Marina. E às vezes tristes, os estudantes ficavam sentadinhos no chão esperando o início da próxima aula. As portas da escola estavam fechadas.

- A porta da sala de visitas da casa de minha avó estendia-se do teto ao chão. Era uma porta janela de madeira que, quando aberta, me introduzia em um mundo encantado onde brincávamos ao construir cidades inteiras de toquinhos. Era um brinquedo que nos permitia abrir as portas de nossa capacidade de criação - e de invenção - ao construirmos: castelos, casas, pontes e vilarejos onde figuravam pequeninas janelas e inúmeras portas naquele instrumento de educação visual.

- Tive as portas fechadas na família de minha namorada quando seus pais nos viram beijar apaixonadamente encostados em uma árvore frondosa do bairro. Invadiram dessa forma as portas de meu coração as quais permitiram o ingresso à infelicidade. Eu estava apaixonado. Os nossos beijos ardentes abriram as portas de nossas emoções e do desejo – conseqü.ncia natural dessa sinergia que tanto nos apaixonava.

- Portas do banco, porta da igreja, porta do bar, porta do restaurante, porta da nossa casa, porta da casa de seu primo, porta da padaria do Seu Zé, portas do aeroporto. Portas. Não importa, são portas. Se comporte pois se as portas estiverem abertas...

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