Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
Brasil. Estamos de LUTO pela incompetência dos governantes
20/01/2011

- Estamos de luto. Chocados, horrorizados, revoltados, tristes e sem esperanças em nossos governantes.

- Em 1862, Dom Pedro já denunciava o grave problema que existia na região serrana do Rio de Janeiro quando as chuvas de verão se manifestavam nesse período do ano. Já na época, os habitantes construíam suas casas nas encostas, nas beiras dos rios e córregos desrespeitando assim as regras básicas de convivência pacífica com a Natureza. E o Poder Público, há 150 anos atrás, como nos dias de hoje....

- Acompanhei com interesse o que foi veiculado na imprensa nesses últimos dias para entender a complexidade do ocorrido. Todos os meios de comunicação foram unânimes: o descaso das autoridades para com o bem estar comunitário é ultrajante, desumano, incoerente e incompetente. A Folha de São Paulo, o O Estado de São Paulo, a Veja, a Istoé, a Época, entre outros periódicos e revistas semanais por todo o país, denunciaram esse horror de termos uma classe gananciosa e sem preparo, sem competência, na condução desta Nação.

- Jamil Chade, correspondente do O Estado de São Paulo em Genebra, comenta: “O governo brasileiro não tem sistema para alertar populações em risco sobre desastres, nem preparar as comunidades. O reconhecimento da falência da Defesa Civil faz parte de documento enviado pelo Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro. Parte das informações foi publicada na edição de domingo do Estado. Mas um segundo capítulo, divulgado ontem, aponta que as falhas são ainda mais profundas e o Brasil deixa de cumprir muitas das recomendações feitas pela ONU em 2005 para reduzir impactos de desastres naturais”.

- O Estado de São Paulo posiciona-se: “Não passa de escapismo político a tentativa de alguns governantes de atribuir a fenômenos naturais os dramas que, periodicamente, afligem as populações de determinadas áreas e às vezes se transformam em imensa tragédia humana, como ocorreu na região serrana do Rio de Janeiro. As pessoas não morrem por causa das chuvas, disse ao Estado a diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir, considerada uma das maiores especialistas do mundo em desastres naturais. As pessoas morrem porque “não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano”.

- No mesmo jornal denunciou-se o despreparo federal em lidar com tais situações: “O governo Lula caracterizou-se entre outros aspectos negativos, pela notória dificuldade de administrar os recursos de que dispôs para investir em programas como de prevenção de desastres naturais. Mas o problema não se limitou à esfera federal. Governos estaduais não se habilitaram a receber a parcela que lhes poderia ser destinada e alguns governadores, como o do Rio de janeiro, Sérgio Cabral, ainda se declararam satisfeitos com o apoio que recebem do Governo Federal.”

- Permanecemos chocados com a irresponsabilidade geral e a notória incompetência em momentos tão difíceis: “A falta de organização fez com que doações para vítimas da tragédia do Rio permanecessem, até a manhã de ontem, entulhadas a céu aberto e mal protegidas da chuva persistente em Teresópolis. Enquanto isso, várias aeronaves, incluindo cinco do Exército e outras comandadas pela Força Nacional, estavam paradas no campo da Granja Comary, transformando em base aérea das operações de resgate. Local de treinamentos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF),o campo virou depósito de água, comida, material de higiene e roupas. Ontem, já eram 633 mortos e sete municípios em estado de calamidade pública. Para justificar os helicópteros parados, autoridades do Exército culparam as péssimas condições meteorológicas. Mas helicópteros da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros voaram à vontade, ignorando a chuva que caiu ontem de manhã. Comandado pelo experiente piloto Adonis Oliveira.”

- Luis Fernando D´Avila , leitor, se posiciona : “O Haiti é aqui! O governo brasileiro mandou tropas para socorrer o povo haitiano, mas não determina às Forças Armadas que assumam o comando e a articulação do socorro às cidades e aos cidadãos vítimas da tragédia nacional! É hora de formar uma frente única de resistência às consequências da catástrofe que vitimou o Sudeste. É o apelo que faço à presidente Dilma Rousseff e ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, meu primo”.

-Que País é esse? “O governo brasileiro admitiu à Organização das Nações Unidas que grande parte do sistema de defesa civil do País está “despreparado” para enfrentar calamidades, como a que atingiu a região serrana do Rio nas semanas passadas. Um tratado firmado por 168 países em 2005 prevê a divulgação de um raio X do plano de redução do impacto de desastres naturais. O Estado teve acesso ao documento enviado à ONU em Novembro de 2010 por Ivone Maria Valente, da Secretaria Nacional da Defesa Civil.”

- Conclui, em sua coluna, a brilhante jornalista Dora Kramer : “Perfeitamente: nossas autoridades já chegaram à conclusão de que a culpa pela catástrofe anual das chuvas é da incúria e da imprevidência do poder público. Não sejam desfeitas outras famílias, destruídas comunidades inteiras enquanto suas excelências se surpreendem com a violência da natureza sem terem feito o que lhes caberia: das prioridade à segurança da população que lhes delegou instrumentos de poder para executar essa missão.”

- Qual é a sua conclusão?

- Precisamos agir, reagir, cobrar uma mudança profunda em nossos governos para que o país se torne viável. Chega de engodo. De falta de respeito para com as populações. De desperdício de dinheiro público.

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