Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
Rio de Janeiro: preparado para a Copa de 2014?
13/10/2010

Aeroporto Santos Dumont
escultura em praça pública

Tesouros na capital

Publicidade política indevida

Elegância no bairro da Lapa
Museu da Polícia

Domingo, 2 de Outubro de 2010, 19h30. Bar Luiz: “História, Tradição, Rio Antigo e Futuro, o melhor chope da cidade, eleito por especialistas, além da renomada salada de batatas, já patrimônio gastronômico do carioca. Esses são alguns dos ingredientes que conquistaram e conquistam os cariocas neste cento e poucos anos do Bar Luiz. Integrando o Corredor Cultural do Centro da Cidade Maravilhosa, a casa atrai turistas, profissionais liberais, políticos, executivos, estudantes, turistas e curiosos que procuram um lugar que ofereça características de bar, botequim e restaurante ideais para almoçar e jantar, com o melhor da culinária alemã e um bom bate-papo regado a muito chope gelado na pressão”.

- Onde estava você quando leu essa descrição do Bar Luiz?

- No Rio de Janeiro, às vésperas das eleições. Transcorria um sábado tranqüilo após alguns dissabores e alegrias em terras cariocas.

Esforços para a recuperação do glamour

- Dissabores e alegrias? Como assim?

- Na sexta-feira, às 23h02, apresentei-me no guichê da Avis, no Aeroporto Santos Dumont, para retirar o veículo que tínhamos alugado a fim de que fossemos no dia seguinte a Petrópolis. Qual não foi minha decepção ao constatar que os funcionários da locadora haviam deixado seu trabalho meia hora antes, largando-me a pé, sem o carro reservado.

Convívio entre o patrimônio e o grafite

- Sei que você teve outros dissabores com esta empresa. Lembro quando no ano passado me relatou a dificuldade para que te liberassem o automóvel locado, para ir a trabalho na cidade litorânea de Búzios.

- Resolvi então seguir para o hotel e retornar ao Aeroporto Santos Dumont às seis horas da manhã, quando, a princípio, conseguiria resolver o problema ao apresentar o voucher (documento de reserva do veículo) à funcionária da Avis. Logo cedo, pontualmente portanto, me apresentei ao guichê. As demais empresas do setor já estavam trabalhando, porém somente às 6h50 apareceu um funcionário da companhia.

Arcos da Lapa

- Imagino que tenha conseguido então dar sequência à sua viagem, não é mesmo?

- Não senhor. Infelizmente não. A funcionária, mal humorada e grossa, salientou que o documento que eu tinha em mãos não era mais válido e eu deveria então buscar outra solução: “normas da empresa”, frisava a jovem despreparada. Tentei, em vão, argumentar sobre a minha insatisfação por não ter o veículo à disposição, tendo em vista os compromissos assumidos para aquela manhã na Cidade Imperial de Petrópolis.

- Acabei negociando com um táxi, cujo motorista extremamente gentil acompanhou-me até a Pousada e Spa Orquídea da Serra; uma bela edificação no pé da montanha petropolitana, onde extasiei-me com a vista exuberante e tropical, além do excelente serviço oferecido pelo estabelecimento. No final do dia, após os encontros de trabalho, deliciei-me com as massas e sopas de um restaurante tradicional da cidade e aconcheguei-me no confortável quarto do hotel.

- Isso ocorreu na sexta, 01 de Outubro, mas e no dia seguinte? O que aconteceu no sábado?

- Conversei rapidamente com o príncipe Dom Antônio de Orleans e Bragança, exímio aquarelista que tem buscado imortalizar Petrópolis em suas pinceladas e em seus desenhos. Decidi voltar ao Rio de ônibus e a viagem – descendo a serra - foi confortável e pude contemplar o belíssimo visual durante o trajeto. Ao encontrar-me na rodoviária da capital fluminense, mais uma vez, a desordem era geral: muitos taxistas se ofereciam, mas poucos pareciam confiáveis.

Manifestações arquitetônicas de época Patrimônio histórico despedaçado

 

- Constato que você voltou irritado do Rio de Janeiro. Sempre o ouço louvar os encantos dessa metrópole. Está mudando de idéia?

- Deixe- me continuar: quando cheguei no aeroporto me dirigi ao balcão de informações da Infraero e não havia ninguém para atender-me. Resolvi então deixar as malas no depósito (malex) e, qual não foi a minha surpresa, em um sábado aparentemente calmo, ao não encontrar espaço para deixar minha bagagem. Logo pensei: “como o Rio de Janeiro receberá os estrangeiros que virão ao Brasil para assistir os jogos da Copa do Mundo de 2014? Não há atendimento ao viajante ou ao turista, os taxistas não estão preparados para dialogar com os seus clientes, a Infraero é incapaz de dar informações no balcão destinado a esse serviço”. “Desculpe-me moço, não posso informá-lo onde fica a Rua Santa Luzia, pois não temos acesso à internet”, afirmou a funcionária pública que acabara de chegar ao local.

Manifestações artísticas espontâneas Imagens populares espontâneas

- Mesmo assim admiro as suas imagens e os seus relatos, fatos e fotos registrados pelos seus olhos sempre atentos às realidades fluminenses ou cariocas.

- É verdade. Nesse dia tive o privilégio de encontrar rapidamente a candidata senadora Marina Silva e lhe ofereci um exemplar do guia de turismo ecológico e cultural do Estado do Rio de Janeiro. Emocionou-me ao cumprimentá-la às vésperas das eleições. Logo em seguida sai perambulando pelo centro histórico e pelo bairro da Lapa. Caminhando e observando. Observando e fotografando. Fotografando e vivendo a emoção de estar no Rio de Janeiro. Apreciei o conjunto arquitetônico, histórico e cultural daquele universo belíssimo e maltratado.

- Também adoro o Rio, mas será que tem jeito? Vejo as fachadas dos casarões ruírem, os tetos seculares despencarem, as ruas cheias de lixo e o povo alheio a essa dura realidade...

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